Muitos se perguntam se devem ir à missa no domingo mesmo sem
vontade, por pura obrigação. Para responder à essa pergunta é preciso antes
entender como é o funcionamento da alma humana e de como se pode prestar culto
a Deus.
O homem é constituído de
corpo e de alma e é a alma que deve comandar o corpo, mesmo que os
'sentimentos' do corpo não estejam colaborando. É como um pai que leva o seu
filho à missa: a alma é o pai e o corpo é o filho. Ora, o filho esperneia e diz
que não quer ir, mas o pai é firme e exerce um ato de vontade sobre o filho.
A
alma humana possui três áreas:a inteligência, a vontade e a
afetividade (sentimentos). Elas devem obedecer a essa
hierarquia, deste modo, quando a pessoa sente dificuldade em ir à missa é
porque a afetividade está querendo sobrepor-se às demais, porém, a sua
inteligência sabe o que é o certo e determina à vontade, ordena à afetividade
que vá mesmo assim.
Não se trata de
hipocrisia. Quando uma parte do indivíduo não quer ir à missa é justamente
nesse momento que se vislumbra a oportunidade de mostrar a Deus o quanto o ama,
pois uma oração que é feita na luta é uma oração que tem mais valor porque é
feita na consolação.
Nenhuma
das três áreas da alma devem ser excluídas da vida espiritual, mas elas devem
obedecer à hierarquia.A inteligência é a área usada
para o ato principal da vida espiritual: a oração. A vontade também pertence à
vida espiritual e quando é ela quem comanda, a isso se dá o nome de devoção.
Finalmente, quando a afetividade (sentimentos) entram na vida espiritual ocorre
a consolação.
Contudo, mesmo que o
indivíduo não receba consolações na vida espiritual, ou seja, quando ele está
passando por um período de aridez, de deserto, não deve desanimar, pois esta é
a área que está mais em contato com o corpo e, portanto, não é tão sublime.
Neste momento, a vontade
deve vir em socorro da afetividade e o indivíduo deve perpetrar atos de devoção
em que, mesmo não sentindo grande consolação, os gestos concretos de vontade
por ele realizados, ajudarão o intelecto, a razão, a parte superior de sua alma
a prestar o culto a Deus. Aquele culto referido por São Paulo como logiké
latréia, ou seja, uma adoração lógica, do Logos, um culto espiritual em que o
indivíduo dobra sua inteligência diante da sabedoria infinita de Deus para pedir
a Ele tudo aquilo que convém para a salvação da própria alma e das outras
pessoas.
Embora não se encontre na literatura católica nenhum documento que traga
a definição ou demonstre a diferença entre a natureza da beatificação e da
canonização de uma pessoa, é sabido que essa diferença existe.
A beatificação é uma permissão de culto. Frágil
enquanto sentença e que, geralmente, atende ao anseio de uma comunidade
específica (um país, uma ordem religiosa etc.), porém, faltando ainda aquela
nota de universalidade típica do ser católico.
A canonização, por sua vez, é uma prescrição de culto,
inclusive algumas bulas trazem a ordem expressa de culto e outras trazem
anátemas para quem não aceitar a santidade decretada.
O núcleo da
diferença entre um ato e o outro é o fato de que, na beatificação não existe um
pronunciamento explícito quanto à certeza de que a pessoa beatificada está na
glória do céu. Já na canonização existe essa atestação pontifícia, tanto vida
virtuosa como modelo de santidade, quanto da certeza de que aquela pessoa
declarada encontra-se na Igreja triunfante.
A canonização é,
portanto, um ato político, no sentido mais puro da palavra, ou seja, é um ato
de influência social que visa o bem comum das pessoas. O Catecismo da Igreja
Católica, em seu número 828, diz que:
"Ao
canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis
praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a
Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a
esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores."
A salvação está
disponível para todos, para tanto, existe o Purgatório. Já a santidade é para
poucos, pois, o santo é aquele que viveu de tal forma a vida em Cristo que não
necessitou do remédio do Purgatório e ao morrer foi direto para o céu.
A canonização é
uma sentença definitiva e irrevogável, na qual o Papa afirma, utilizando-se do
seu poder pontíficio, que aquela pessoa viveu de forma extraordinária a graça
do primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e que, por causa
disso, serve como modelo para todos aqueles que almejam viver a mesma Graça.
Relatórios e estatísticas feitas no Brasil nos últimos anos
geralmente apontam uma queda do número de pessoas que se declaram católicas. A
mídia, ao notar essa realidade, sai à procura de respostas para este fenômeno.
Afinal, por que tantos católicos deixam a Igreja?
Trata-se de uma pergunta
difícil, mas uma das situações que se impõem à análise é o fato de que muitas
pessoas que se dizem católicas se comportam, na verdade, como protestantes.
Isto dificulta muito o diálogo ecumênico, já que não se sabe se quem está no
polo católico do debate é um católico de fato ou um protestante infiltrado na
Igreja Católica. Para muitos dissidentes, de fato, a saída da Igreja representa
simplesmente uma mudança de endereço, e não de mentalidade.
Para fazer um juízo desta
espécie, é preciso recorrer à definição do protestantismo. A sua essência
consiste em que cada fiel é o seu próprio "papa", cada protestante
pode interpretar a Bíblia com a assistência infalível do Espírito Santo. Na Igreja
Católica, ao contrário, o responsável por interpretar infalivelmente as
Sagradas Escrituras é o Magistério da Igreja, isto é, o Papa e os bispos em
comunhão com ele. E isto é assim por desejo do próprio Senhor, que confiou aos
apóstolos as chaves do Reino dos céus e aos quais declarou: "Quem vos
ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita" (Lc 10, 16).
Portanto, o trabalho dos
sucessores de São Pedro e dos demais apóstolos é um humilde serviço prestado
aos católicos, não um poder arbitrário despótico, que tudo pode mudar, a
qualquer tempo. Um Papa que, no exercício de sua infalibilidade, declarasse
algum ponto da doutrina contrário ao ensinamento bimilenar da Igreja, ou não
seria um Papa legítimo, ou, ao contrário, ver-se-ia todo o edifício eclesial
vir abaixo. Não pode existir contradição no ensinamento da Igreja ao longo dos
séculos. O Concílio Vaticano II, por exemplo, não poderia – como não o fez –
contradizer os concílios ecumênicos anteriores, como o Vaticano I e o de
Trento.
No protestantismo,
prevalece o princípio do "livre exame" das Escrituras. Negada a
autoridade do Papa, qualquer um pode se erigir "papa", atribuindo a
si a autoridade para interpretar a Bíblia da maneira como bem entender.
Infelizmente, esta mentalidade tem sido incentivada por teólogos como Hans
Küng, Leonardo Boff, Andrés Torres Queiruga, constituindo o fenômeno do
neoprotestantismo na Igreja.
Existem dois tipos de ciúmes: o virtuoso e o mau. O ciúme virtuoso
é aquele que Deus tem em relação à sua criação. Ele sabe que o homem, ao amá-Lo
em primeiro lugar e acima de todas as coisas, encontrará a fonte da própria
felicidade. Assim, é bom para o homem amar a Deus. O homem também é capaz de
sentir esse ciúme bom. Quando o amor visa o bem do outro e o zelo é pela
salvação do outro trata-se desse tipo de ciúme.
Contudo,
nem sempre o que se vê é o ciúme bom. Na maior parte dos casos, o que se tem é
o ciúme mau, motivado pelo egoísmo. O ciúme virtuoso pergunta 'como é que você fica?',
enquanto o ciúme mau indaga: 'como
é que eu fico?', ou seja é centrado em si mesmo e não no outro.
A
base do mau ciúme é a falta de amor próprio. A pessoa que não se ama, sente-se
insegura e agredida a todo momento. Para que haja um amor saudável é preciso
primeiro que a pessoa se ame. "Caritas
bene ordinata incipit a semetipso".
Se a pessoa se ama, ela
pode amar o outro. Caso contrário, ela se transforma numa espécie de sumidouro,
que a tudo quer absorver, tudo quer atrair. Ela não se ama e por isso precisa
agarrar-se às outras pessoas.
A dificuldade do ciumento
é, portanto, consigo mesmo. Por causa de sua baixa auto-estima não consegue
enxergar o próprio valor. A solução é crer no amor de Deus, crer no presente
que se é para os outros. Somente amando a si mesmo é que o ciumento poderá
viver o amor de forma sadia.
O Santo Padre Francisco presidiu na manhã desta
terça-feira, às 9h30, no Salão Bolonha do Palácio Apostólico – a um encontro
dos Responsáveis pelos diversos Dicastérios da Cúria Romana. O argumento do
encontro, segundo informa uma nota da Sala de Imprensa do Vaticano, "foram
as reflexões e reacções suscitadas nos diferentes Dicastérios pela Exortação
Apostólica Evangelii Gaudium, e as perspectivas que se abrem para a
sua implementação”
Papa Francisco recebeu
nesta segunda-feira, o Núncio Apostólico na Síria, D. Mario Zenari; o
Presidente da Sociedade Bíblica Americana; e os participantes no Capítulo Geral
da Sociedade Salesiana de São João Bosco. Nas palavras aos Salesianos, o Papa
fez votos de que o Espírito Santo os ajude a “captar as expectativas e os
desafios do nosso tempo, especialmente dos jovens, e a interpretá-los à luz do
Evangelho” e do seu próprio carisma – a evangelização dos jovens. “A evangelização dos jovens é a missão
que o Espírito Santo vos confiou na Igreja… Ocorre preparar os jovens a
trabalhar na sociedade segundo o espírito do Evangelho, como operadores de
justiça e de paz, e a viver como protagonistas na Igreja.”
A propósito dos
jovens e da ação que com eles desenvolvem os Salesianos, o Santo Padre evocou
“o mundo da exclusão juvenil”, a começar pela “vasta realidade do desemprego,
com tantas consequências negativas”.
“Ir ao encontro de jovens marginalizados
exige coragem, maturidade humana e muita oração… É necessária um atento
discernimento e um acompanhamento constante”.
Finalmente, Papa
Francisco sublinhou a dimensão comunitária da vida dos Padres Salesianos. Para
superar tensões, individualismo e dispersão, é preciso comunicação profunda e
relações autênticas. Neste contexto o Santo Padre evocou “o espírito de
família” que Don Bosco lhes deixou em herança…
“A força humanizante do Evangelho é
testemunhada pela fraternidade vivida em comunidade, feita de acolhimento, respeito,
ajuda recíproca, compreensão, cortesia, perdão e alegria”.
Recordando que está
às portas o bicentenário do nascimento de Don Bosco, o Papa concluiu
assegurando e pedindo orações.
No dia 13 de março passado, o Papa
Francisco completou seu primeiro ano à frente da Igreja Católica. De lá para
cá, ele tem suscitado alegrias e esperanças, seja pelo seu jeito simples,
direto e terno de falar e agir, seja por sua firmeza e atitudes que visam levar
toda a Igreja a conversão, a mudanças pastorais profundas. Papa Francisco já
tem renovado e dado novo entusiasmo a prática da fé cristã.
Eis agora alguns fatos que
nos revelam para onde o Papa Francisco está nos conduzindo como Pastor da
Igreja de Cristo.
23 de março de 2013. Papa Francisco visita o Papa
Emérito Bento XVI, em Castelgandolfo. Encontrou histórico. O
primeiro entre dois papas. 5 de abril de 2013.Francisco pede que se continue a mesma linha
de atuação do Papa Bento no que refere aos casos de abusos sexuais cometidos
por padres, promovendo a proteção e ajuda das crianças vítimas, e auxiliando
nos processos contra os culpados. Depois mudaria o Código penal do Vaticano,
tornando mais rígidas as sanções contra esse tipo de crimes. 13 maio de 2013. O Pontificado do Papa Francisco
é consagrado em nossa Senhora, no Santuário de Fátima, pelo
Patriarca de Lisboa, como era desejo do Papa Francisco. 5 de julho de 2013. Papa publica sua primeira Encíclica, Lumen
Fidei, iniciada por Bento XVI. Consagra também o Estado do Vaticano a São
Miguel Arcanjo e a São Jose. 8 de Julho. Vai a Ilha Lampedusa (Italia) e celebra missa pelos
milhares de imigrantes africanos mortos durante a travessia para a ilha. 22 a 28 de julho. Vem ao Brasil, na sua primeira viagem
internacional, para o JMJ. Aqui visita o Santuário Nacional em Aparecida e
celebra a missa de encerramento da JMJ nas areias de Copacabana, para mais de 3
milhões de jovens (eu estava lá). 24 de novembro. Publica a Evangelli Gaudium, sua
primeira exortação apostólica sobre como se deve anunciar o Evangelho
de Jesus nos tempos de hoje. 7 de janeiro de 2014. Papa Francisco faz uma pequena reforma,
mudando o modo de conferir o título de Monsenhor. Doravante, só para padres
acima dos 65 anos. 22 de fevereiro de 2014.Realiza em Roma seu primeiro
Consistório, criando 19 novos cardeias, entre eles o Arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Orani Tempesta.