Existem dois tipos de ciúmes: o virtuoso e o mau. O ciúme virtuoso
é aquele que Deus tem em relação à sua criação. Ele sabe que o homem, ao amá-Lo
em primeiro lugar e acima de todas as coisas, encontrará a fonte da própria
felicidade. Assim, é bom para o homem amar a Deus. O homem também é capaz de
sentir esse ciúme bom. Quando o amor visa o bem do outro e o zelo é pela
salvação do outro trata-se desse tipo de ciúme.
Contudo,
nem sempre o que se vê é o ciúme bom. Na maior parte dos casos, o que se tem é
o ciúme mau, motivado pelo egoísmo. O ciúme virtuoso pergunta 'como é que você fica?',
enquanto o ciúme mau indaga: 'como
é que eu fico?', ou seja é centrado em si mesmo e não no outro.
A
base do mau ciúme é a falta de amor próprio. A pessoa que não se ama, sente-se
insegura e agredida a todo momento. Para que haja um amor saudável é preciso
primeiro que a pessoa se ame. "Caritas
bene ordinata incipit a semetipso".
Se a pessoa se ama, ela
pode amar o outro. Caso contrário, ela se transforma numa espécie de sumidouro,
que a tudo quer absorver, tudo quer atrair. Ela não se ama e por isso precisa
agarrar-se às outras pessoas.
A dificuldade do ciumento
é, portanto, consigo mesmo. Por causa de sua baixa auto-estima não consegue
enxergar o próprio valor. A solução é crer no amor de Deus, crer no presente
que se é para os outros. Somente amando a si mesmo é que o ciumento poderá
viver o amor de forma sadia.
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